Atenção!



A atenção é o processo encarregado de concentrar nossos recursos em uma série de estímulos e ignorar o restante. Isso ocorre porque nós recebemos uma grande quantidade de estímulos que não podemos atender ao mesmo tempo. O processo de atenção é adaptativo porque, se não existisse, ficaríamos perdidos sem saber a que estímulo deveríamos reagir. É paradoxal que a autoimposição de uma limitação cognitiva implique uma adaptação evolutiva, mas é assim.

É o meio pelo qual permitimos processar ativamente uma quantidade limitada de informações a partir da enorme quantidade disponível através de nossos sentidos, nossas memórias armazenadas e de nossos outros processos cognitivos.

Os 4 tipos de atenção

Atenção seletiva: capacidade de focar em um estímulo específico em detrimento de outros.

Exemplo: Quando se presta atenção ao que uma pessoa fala sem prestar atenção ao que acontece ao seu redor.


Atenção sustentada: capacidade de manter o foco prolongado em uma mesma atividade/estímulo.

Exemplo: Prestar atenção a uma mesma atividade por bastante tempo como, por exemplo, cozinhar.


Atenção dividida: capacidade de focar em dois contextos distintos simultaneamente por vias sensoriais distintas.

Exemplo: Lavar a louça enquanto ouve notícias no rádio.


Atenção alternada: capacidade de mudar o foco atentivo em diferentes estímulos diferentes.

Exemplo: Assistir TV e parar de prestar atenção nela quando ouve um grito de algum vizinho.


Um bom exemplo de como nossa atenção pode ser bastante seletiva é o vídeo de uma campanha publicitária inglesa.


Esse é um caso de atenção seletiva. E isso não quer dizer que nossa atenção é falha, apenas que é assim que nosso cérebro opera. Precisamos ter ciência de como nosso cérebro funciona para usarmos isso a nosso favor. Se sabemos que ao falarmos no celular, por exemplo, enquanto dirigimos um carro, podemos acabar focando mais na conversa e dispersando a atenção da estrada, vamos tomar medidas que evitem esse acontecimento.

Não é uma questão de fracasso bater um carro ou sucesso não bater enquanto se conversa ao telefone. Esses conceitos foram criados por nós, o cérebro é neutro com relação a isso. Ele tem uma função e vai cumpri-la. O que podemos fazer é estudar seu funcionamento com a finalidade de sabermos como agirmos para o nosso próprio bem. A atenção seletiva é importante.

Se enquanto você lê tudo isso você presta atenção em tudo ao seu redor – no latido do cachorro, no barulho do ventilador, no relógio, no cheiro da comida do vizinho, na cor de camisa que você está usando, no que vai comer mais tarde, etc. – você não vai conseguir absorver muito do que o texto diz, provavelmente, tendo que voltar ao começo da frase e reler. É preciso ter essa seletividade. Como é preciso os outros tipos de atenção. E saber como elas funcionam é um auxílio para melhores abordagens para alguém que está tendo dificuldade, por exemplo, no aprendizado.

Nosso cérebro tem uma função facilitadora e algumas execuções ocorrem automaticamente sem que analisemos o que estamos fazendo. Esses processos automáticos geralmente não estão relacionados ao objetivo, são inconscientes, eficientes e rápidos. Isso pode ocorrer porque esses processos requerem somente a recuperação direta de informações relevantes da memória de longo prazo.

Agora será que você está mais atento?




Referências:

Eysenck, Keane. Manual de Psicologia Cognitiva.

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