Cognição Social

A cognição social é um processamento de informações relacionadas a situações sociais.

Esse processamento nos ajuda a codificarmos e armazenarmos informações acerca do nosso meio para facilitar a relação com o mesmo.

Por que é importante entender como funciona o nosso meio?

É através dessa compreensão, do que é aceito ou rejeitado pela sociedade, que mantemos relacionamentos que nos permitam sobreviver em um ambiente hostil. A ideia é que, quanto mais aceitos formos, mais pessoas farão parte do nosso círculo e mais protegidos e fortalecidos estaremos.

Logo, é comum adquirirmos crenças que nem sempre condizem com a realidade para termos aceitação daquele meio como, por exemplo, acreditar que uma etnia é menos capaz que outra.

Isso acontece porque, se o meio em que vivemos é racista, por exemplo, observaremos tão logo que há aprovação e incentivo de condutas e discursos (piadas, ridicularização, humilhação, reprovação, etc) em detrimento de determinadas etnias e, se não formos expostos a meios que reprovem essas condutas, provavelmente a repetiremos e elas continuarão sendo reforçadas.

Mas sendo um processo natural de observação e absorção, como é possível mudar essas crenças?

Com o mesmo processo de observação e absorção, usando a cognição social a nosso favor.

Quando somos expostos a meios que questionam nossas crenças e condutas, tendemos a ficarmos na defensiva apresentando justificativas que as corroborem – afinal é da nossa natureza queremos ser aceitos para ter um número maior de indivíduos no nosso círculo – e quando não recebemos aprovação com os argumentos apresentados, debatemos e refletimos.

Afinal, a cognição social é um processamento de informações relacionadas a situações sociais e por isso está em constante movimento.

Agora, é de se pensar no porquê das pessoas que, ao serem confrontadas por terem contado uma piada de teor preconceituoso, mudam o discurso de que “era apenas uma piada” para começar a, desesperadamente, justifica-la, de modo que ela tenha embasamento na vida real.

Isso porque não, não é apenas uma piada. O que foi confrontado não foi a piada, mas sim um código, o que aquilo simboliza e quais são as suas representações por trás disso.



Referências:

Eysenck, Keane. Manual de Psicologia Cognitiva.